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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

FILME O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS!!!

Uma produção oriental excelente e um filme para ser saboreado em todos os seus detalhes. Linda fotografia, boas atuações, lutas impecáveis e um toque belíssimo nas danças da protagonista, poética e ao mesmo tempo forte forma de contar a arte, na receita que os ocidentais não estão acostumados.
título original: (Shi Mian Mai Fu)
lançamento: 2004 (China)
direção:Zhang Yimou 
atores:Takeshi Kaneshiro, Andy Lau, Zhang Ziyi, Song Dandan.
duração: 119 min
gênero: Ação
música: Shigeru Umebayashi
fotografia: Zhao Xiaoding
Sinopse:
A história se passa no ano 859 d.C., durante o declínio da Dinastia Tang. O imperador é incompetente e o governo, corrupto. A inquietação se espalha pelo país e muitos exércitos rebeldes se organizam como forma de protesto. O maior e mais prestigioso deles é uma aliança sub-mundana, chamada O Clã das Adagas Voadoras. O Clã trabalha sorrateiramente, roubando dos ricos para dar aos pobres. Eles acabam conquistando o apoio e a admiração das pessoas, mas a ira dos representantes locais. Mesmo após o assassinato do chefe, o Clã continua a crescer, sob a liderança de um novo e misterioso líder.
Enviado para capturar o novo líder, o capitão Leo (Lau) desconfia que Mei (Ziyi), uma linda dançarina é, na verdade, filha do antigo líder. Como ela se recusa a divulgar qualquer tipo de informação sobre o Clã, ele trama um novo plano: outro capitão, Jin (Kaneshiro), fingirá ser um guerreiro solitário chamado Wind, e tentará conquistar o coração de Mei. A trama dá certo e Mei concorda em levar Jin à base secreta do Clã das Adagas Voadoras. Tudo sairia como o previsto se, durante a longa viagem, Jin não acabasse fascinado pelo charme enigmático de Mei. 
No ano de 859 a China passa por terríveis conflitos. A dinastia Tang, antes próspera, está decadente. Corrupto, o governo é incapaz de lutar contra os grupos rebeldes que se insurgem. O mais poderoso e prestigiado deles é o Clã dos Punhais Voadores. Leo (Andy Lau) e Jin (Takeshi Kaneshiro), dois soldados do exército oficial, recebem a missão de capturar o misterioso líder dos Punhais Voadores e para tanto elaboram um plano: Jin se disfarça como um combatente solitário, ganha a confiança da bela revolucionária cega Mei (Zhang Ziyi) e, assim, infiltra-se no grupo. Mas a dupla não contava com a paixão que Mei despertaria nos dois.


Curiosidades:
- Este é o 3º filme em que o diretor Zhang Yimou e a atriz Zhang Ziyi trabalham juntos. Os anteriores foram O Caminho para Casa (1999) e Herói (2002).
- A atriz Anita Mui faria uma participação especial no final de 
House of Flying Daggers
, mas faleceu antes de rodar esta cena. Em respeito à atriz, o diretor Zhang Yimou decidiu reescrever o roteiro de forma a retirar sua personagem, ao invés de substituí-la por outra atriz. Além disto Yimou manteve Anita Mui nos créditos do filme.
- Zhang Yimou convidou a cantora de ópera Kathleen Battle para cantar a música-tema do filme. 
- Exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, do Festival do Rio 2004
Shí miàn mái fú (十面埋伏) é um filme de 2004 dirigido pelo cineasta chinês Zhang Yimou. Chamado de House of Flying Daggers nos Estados Unidos, no Brasil recebeu o nome de O Clã das Adagas Voadoras, e em Portugal, O Segredo dos Punhais Voadores, mas o título internacional em inglês é Attack from Ten Directions.

A beleza no uso das cores por Zhang Yimou chama a atenção no filme. Muitas cenas em um bambuzal preenchem a tela de verde, com os personagens vestindo roupas da mesma cor. Em outra parte do filme, é o amarelo que predomina na cena. No trecho final do filme, há uma luta durante uma nevasca, e os personagens e seu sangue contrastam com a paisagem branca.
No século IX, a dinastia Tang na China está enfraquecida e corrupta, e um exército de rebeldes chamado Clã das Adagas Voadoras luta contra as forças militares do governo, roubando dos ricos e distribuindo aos pobres. Leo (Andy Lau) e Jin (Takeshi Kaneshiro), dois capitães do exército chinês, planejam uma trama contra os rebeldes usando a dançarina cega Mei (Zhang Ziyi) para se aproximarem dos líderes do Clã das Adagas Voadoras, mas o amor que ambos sentem por ela os leva a um final trágico.
A história se passa na China do século IX e tem como pano de fundo conflitos entre um governo que busca legitimidade e alguns grupos que resistem a esse poder instituído. A personagem Mei, assim como costumam ser os heróis chineses, é impecável em artes marciais e na dança. Ela faz coisas impossíveis como voar e atirar adagas teleguiadas. Mas isso tudo faz parte da estética desse gênero de filmes chineses, e não soa como as “frias” das películas de ação de Hollywood.
Mei é integrante de um Clã dissidente político e é capturada pela guarda oficial. Esta, querendo obter informações sobre esse Clã, falseia um resgate de Mei pelo Capitão Jin que, então simulando estar ajudando a protagonista, inicia uma jornada com ela em direção à sede do Clã. É nesse caminho que Mei e Jin se apaixonam. Isso acontece de uma forma bastante poética, mas vou deixar de lado para tratar apenas de um ponto que julgo bastante interessante.
Mei participa de um triângulo amoroso que é constituído no decorrer da história e que só fica claramente revelado no final. A cena final vale muitos comentários e, portanto, vou descrevê-la sucintamente (se você não viu o filme, é melhor não ler): Mei e Jin estão apaixonados. Ambos revelam-se fadigados com a luta política na qual se encontram (de lados opostos, inclusive) e Jin convence Mei a literalmente fugir e com ele viver. Há aí algo como uma substituição de um sentido político da vida por um sentido que se realizaria no amor. Isso acontece menos da parte de Jin do que na de Mei, já que esta se mostra mais presa ao grupo do qual pertence (o Clã das adagas teleguiadas, digo, voadoras). Uma vez realizada a escolha pelo amor, aparece um obstáculo: Leo, que é um antigo amante de Mei e que estava há alguns anos aguardando para reencontrar a amada. Leo não aceita o fato dela estar apaixonada por Jin –  deixou ela sozinha por três anos e queria o que? – e fica bastante ressentido. Ele fere Mei, para impedir que ela encontre Jin. Aí se delineia a seguinte situação:  Mei está ferida e entre ela e Jin está Leo. Este ameaça matar Jin (com uma adaga), mas Mei contra-ameaça anular o ataque de Leo, o que causaria sua própria morte, pois ela, para tanto, retiraria e usaria a adaga fincada em seu corpo e isso causaria uma hemorragia. Jin se desarma e pede que Mei não faça nada.
Eis, portanto, o que se estabelece: Mei se dispõe a morrer para salvar Jin. Este faz o mesmo. Leo, conformado que não terá sua amada, pretende impedir que ela ame outro e seja feliz sem ele. Chegamos ao ponto que eu pretendia comentar: morrer por amor. Numa primeira vista, isso parece algo altruístico, que seria como um presente à pessoa amada: dá-se a própria vida para que o outro viva. Todavia, penso que talvez não seja bem assim. Como descrevi, ambos os amantes preferem morrer pelo outro. Isso significa que ambos preferem uma morte com um significado do que uma vida amarga. Alguém poderia objetar que a amargura seria temporária e que o sobrevivente poderia voltar a amar. Mas se se considerar o contexto e a intensidade emotiva daquele momento, na minha visão o que se estabelece é a dualidade estática "morte com significado/ vida com significado roubado". A situação fica ainda agravada com o fato de que o sobrevivente permaneceria com a indelével memória de que o amante morreu por si, o que potencializaria o desejo agora impossível. Assim sendo, os amantes querem para si a morte simbólica e querem dar ao outro o que o outro não quer receber – a vida amarga.
O que acontece? Leo simula o ataque, o que faz com que Mei se suicide em vão. Ou seja, Leo mata Mei e, ao invés de matar Jin, prefere deixar a ele a amargura da perda do amor.








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